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CARMEN CID PÉREZ CAMPEÃ NACIONAL LIGA OCR PORTUGAL

  • Foto do escritor: firemanchallenge
    firemanchallenge
  • 1 de jul. de 2020
  • 6 min de leitura

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  • Como tudo começa no Mundo OCR?

- O meu primeiro contacto com o OCR foi em 2015 foi em Madrid, na prova

“ Spartan Race”, na recta final da prova havia uma estrutura com chamas a qual tinha que saltar, pois era a meta, mas cai sobre as chamas e sofri queimaduras de segundo grau em dois membros, na mão e perna.


  • Esse acidente não a desmotivou a continuar a participar nas provas?

- “ a foto valeu a pena…”

Uma corrida que fizemos em família e apesar do acidente, continuei a motivar me para o treinar a melhorar a cada dia , pois este acidente não me tirou o prazer da prática desta modalidade!

Inclusivé adorei a combinação de força, corrida, suspensão que, foram um desafio constante.

Partilhei a corrida inteira com o meu marido com o objectivo de chegar cedo, para tomar o lugar a cuidar de crianças para que outros colegas pudessem participar também...

Já não recordo bem, mas acho que fiquei em sétimo lugar, uma excelente posição para quem naquela época, só tinha como propósito desfrutar desta actividade em família e não como objectivo principal a luta por um primeiro lugar.


  • A sua família apoiam na na participação das provas e também costumam participar?

- Participei com a minha família, em especial com o meu marido em provas de OCR, inclusivé por duas vezes em campeonatos mundiais e europeus!

  • Na sua opinião, esta actividade ajuda a promover uma maior interação familiar?

-Qualquer actividade realizada em família é fantástica, melhorar o ambiente familiar, além de ser saudável e motivadora.

Considero que este deporto OCR, faz com que todos os participantes se tratem familiares uns dos outros, aumentando a familia!

O facto de ser uma atleta do gênero feminino, isso traz lhe alguma limitação comparativamente com o gênero masculino?

- As limitações são mais sociais, geracionais e não sobre a capacidade do gênero feminino.

Antigamente as actividades relacionadas com força eram quase exclusivas do gênero masculino, mas felizmente a mentalidade está a mudar.

Regra geral existem cada vez menos limitações femininas em termos desportivos. No entanto algumas mulheres ainda estigmatizadas pelos paradigmas do passado, pelo próprio estereótipo social do “típico corpo feminino”, se limitam a elas próprias

Regra geral existem cada vez menos as mulheres se importam com a pós transformação do seu corpo físico, como consequência do treino desportivo OCR ou outro e na realidade não somos apenas “atletas”, mas somos sim , “ Mulheres Atletas”.


  • Alguma vez pelo facto de ser mulher sofreu alguma discriminação desportiva?

- Pessoalmente nunca sofri qualquer discriminação por ser “mulher”, mas também nunca o teria permitido.

Mas isso não significa que não exista quer no mundo do desporto, quer na sociedade…

Concentro me apenas em contribuir com meu exemplo de mulher atleta,poder abrir mentalidades e fazer com que muitas mais mulheres adiram ao desporto sem qualquer preconceito.


  • De que forma concilia a vida profissional, familiar e desportiva?

- Conciliar a vida profissional, pessoal e desportiva com o desporto, creio que seja tão fácil e em simultâneo tão difícil para mim quanto para os outros colegas..

O apoio da minha família é fundamental porque, é a minha maior força motivacional.

É tudo uma questão de regras, diálogo, bom senso, tendo em conta as nossas prioritárias responsabilidades familiares, ajustando as necessidades, hobbies e até os sacrifícios em prol da felicidade de um “Todo”, sem nunca nos perdermos uns dos outros, porque isso é a vida

“ Dar e Receber…”


  • A logística para a participação nos campeonatos fica toda a seu cargo, ou aí

em Espanha existem apoios públicos para atletas desta modalidade?

- A maior parte da logística referente à participação em competições é da nossa inteira responsabilidade…

Os meus apoios são de entidades privadas como o centro de treino de Crossfit Ourense, Runmaniak, Salomon e as corridas onde sou convidada a participar.

Aqui em Espanha o apoio ao desporto implica uma licença federativa, , mas como o OCR não é reconhecido nem federado, não existe qualquer apoio institucional público.


  • Até ao momento qual ou quais as provas que mais gostou de participar e qual ou quais a que exigiu mais de si e a fez desafiar os seus próprios limites?

Em 2017 no Canadá no campeonato Mundial - OCR, com um circuito de 16 km pistas negras de uma típica estação de ski,com contínuas subidas e descidas com alto grau de desnível, cargas extremamente pesadas e todos os obstáculos de suspensão que se possam imaginar.

A corrida foi um autêntico desafio, onde se juntaram cólicas e um sofrimento físico constantes, mas que valeram um honroso 3º lugar no pódio.

Viver esta grande aventura lado a lado com o meu marido e grandes amigos, foi extraordinária!

Foi um planejamento físico muito difícil, mas igualmente satisfatório!




  • Com quantos troféus á conta nesta sua “Bagagem de vida”?

Os meus dois Troféus da Copa do Mundo foram os mais reconfortantes, não apenas pelo sua importância titular mas porque exigiram muita disciplina, rigor e um grande esforço quer a nível de preparação no treino, de tal forma em que para terem uma ideia, nos últimos dois meses apenas tive dois dias de folga, combinando com sessões de treino de crossfit 4 dias por semana, com corrida cerca de 3 a 4 dias por semana também e treino específico em OCR por 3 dias .

Um dos troféus que mais gostei foi o de vice campeã na equipa de elite no campeonato europeu de 2017 na Holanda, a verdade é que amo competir em equipas.

O modelo em si é atraente porque combina as habilidades de cada um dos seus membros, culminando numa impressionante colaboração final conjunta.

Na Holanda com a Paula Esteiro e Lorena Gonzalez, unidas e em equipa lutamos com unhas e dentes conseguindo um ótimo lugar.

2017 fui vice - campeã na espanha e nessa última temporada gostei de cada um dos eventos das provas OCR organizadas em Portugal.

em 2018 no circuito “ Farinato Race”- Espanha alcancei um 2º lugar no pódio!

  • Quer partilhar alguma experiência OCR em que tenha convivido de perto com um atleta adaptado, numa prova OCR-A ?

  • - Precisamente no anos passado (2019), fiz uma corrida acompanhando um ex-aluno do ensino médio que tinha sofrido amputação de uma perna e conseguiu terminar a corrida de canadianas e sem nunca ter pedido ajuda.

Senti que, foi um estímulo inesquecível para todos que puderam vê lo…

O desporto OCR e OCR-A, oferece múltiplas possibilidades de melhoria...

Todos nós que enfrentamos as “ Races”, devemos superar os obstáculos, alguns mais ou menos fáceis , mas é assim para todos!

Nesta modalidade a luta é entre a “ Race” e consigo mesmo!

  • Tendo em conta as provas em que participou, qual a comparação a nível de número de participantes, gêneros (femininos / masculinos) que pode fazer relativamente aos atletas do OCR Portugueses e Espanhóis?

- Do meu ponto de vista de atleta feminina, adoro partilhar a linha de partida com tantas mulheres quer em Portugal quer em Espanha.

No entanto, ainda existem poucas de nós que competem na categoria de elite feminina,em contrapartida na categoria popular, a participação feminina aqui ganha maior dimensão, mas não se atrevem a competir e reparei que em Portugal esses limites são mais baixos .

Na categoria masculino e feminino, vejo alto nível de carreira , com ótimos atletas, muito rápidos e com uma projeção alta a todos os níveis.

Ao nível dos obstáculos, acho que os Espanhóis têm um nível um pouco mais elevado, mas como é óbvio depende de cada corrida, de cada atleta, sendo difícil generalizar.


  • Como descreve a organização do OCR em Portugal?

- Considero que em Portugal a organização de eventos e actividades têm um nível muito elevado. O meu acesso às corridas portuguesas de OCR, foi através de um convite para o evento OCR Police e Franqueira Adventure, ficando fascinada com o nível de organização de ambas as provas , quer ao nível do design, localização de obstáculos, instalações, rotas…Nas corridas de montanha, eu tive a oportunidade de ouvir comentários dos colegas, elogiando essas provas em Portugal e isso serviu como incentivo de vir a participar nas provas.

agora e devido a esta situação, lamento que as fronteiras estejam fechadas, porque ja tinha pensado passar as férias em Portugal.

  • Pode comentar relativamente à nossa recém criada revista dedicada exclusivamente ao OCR?

- Quanto à revista que criaram, amo que reconheçam este desporto, deem voz às organizações , aos atletas , as instituições , porque mostram que estão unidos e que desejam alcançar grandes feitos e a união é sempre o melhor caminho!

Muito obrigada pela oportunidade que me deram em partilhar a minha experiência , nesta revista pioneira no OCR, espero que consigam atingir todos os objectivos a que se propuseram e propõem .

Agradeço de coração, me terem aberto portas no vosso precioso País com tanto carinho.


 
 
 

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